
Claras e frescas águas de cristal,
Que em vós os debuxais ao natural
Discorrendo da altura dos rochedos;
Silvestres montes, ásperos penedos,
Compostos em concerto desigual:
Sabei que, sem licença de meu mal,
Já não podeis fazer meus olhos ledos.
E pois me já não vedes como vistes,
Não me alegrem verduras deleitosas
Nem águas que correndo alegres vêm.
Semearei em vós lembranças tristes,
Rogando-vos com lágrimas saudosas,
E nascerão sudades de meu bem.
.................................Luís de Camões
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